Juliano Moreira

Entrar em uma Faculdade aos 13 anos de idade é um fato impressionante, mas um negro com essa idade e antes da abolição da escravatura ter conseguido uma façanha como essa merecia um filme não é?! (e teria se esse rapaz fosse um Norte Americano).

Nascido em Salvador no dia 06 de janeiro de 1873, Juliano deveria ser apenas mais um escravo filho de escravos, porém ele foi muito mais do que isso. Autodidata, aprendeu a ler e escrever (não só em português) e aos 13 anos estava ingressando na Faculdade de Medicina da Bahia. Ao chegar na sala de aula pela primeira vez, os alunos se recusaram a permanecerem na mesma classe que um negro e até mesmo o professor fez questão de salientar que lá não era o lugar dele. Isso porém não fez com que ele desistisse, sua determinação era maior do qualquer obstáculo que encontrava pela frente. Foi um aluno fantástico, se formando com apenas 18 anos já tinha seu emprego garantido e não foi qualquer estabelecimento, se tornou nada mais nada menos que o professor da Faculdade onde estudou.

Detentor de uma mente incrível, em 1900 representou o Brasil em congressos internacionais e foi eleito também presidente honorário do 4º congresso internacional de assistência e alienados.

Saiu da Bahia em 1903 indo morar no Rio de Janeiro para trabalhar na direção do Hospício Nacional dos Alienados, humanizando o tratamento acabando com o aprisionamento de pacientes. Contrariou o pensamento racista que culpava a miscigenação como causa dos problemas psicológicos, afirmando que a origem dessas doenças era devido aos fatores físicos e situacionais.

Uma homem tão brilhante, porém, foi homenageado ganhando apenas seu nome em hospital psiquiátrico na cidade do Salvador (local onde nasceu) demonstrando assim como valorizamos nossos conterrâneos.

Comentário: Se passarmos a nos interessar mais pela nossa história veremos que tivemos e temos pessoas incríveis, mas infelizmente achamos sempre que a grama do vizinho é mais verde.