"O sabiá no sertão quando canta me comove
Passa três meses cantando e sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação de só cantar quando chove."

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Gueixa

Estava encostada no carro branco e esperava. Uma gueixa. Nada mais enviesado, no centro da cidade de Salvador, bem no Comércio. Nada mais comum, no centro da cidade de Salvador, bem no carnaval. A peruca, com o penteado tradicional. O rosto esbranquiçado pela pasta d’água e maquiado bem de acordo com o padrão das gueixas orientais. A sombrinha de praxe – vermelha – abandonada displicentemente sobre o ombro. Apenas a roupa – sensual, curta demais para uma gueixa de verdade – deixava entrever os pêlos do peito e da perna. Encostada no carro branco a minha gueixa esperava – o quê? – por alguma coisa que não veio. E ficou pulsando na minha tarde vazia. Na Castro Alves, o primeiro trio inaugurava mais um dia de carnaval.

Comentário: Só alguém muito louco como Leo para conseguir transformar totalmente a nossa visão sobre uma muquirana. Você ler um texto falando sobre carnaval e conseguir imaginar a cena de alguém sozinho em meio essa multidão não é uma tarefa fácil. Parabéns, Chapolin.

Um comentário:

  1. Quando vi o tema do post, achei que fosse sobre o livro " A gueixa", mas ao final da leitura, dei boas risadas com a descrição das Muquiranas.
    Parabéns, à quem escreveu.
    ^^

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